Pela primeira vez, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) inseriu o câncer de pâncreas entre os 21 tipos da doença mais prevalentes no País1. Em 2023, deverão ser diagnosticados 10.980 casos deste tumor agressivo, responsável por 5% das mortes por todos os tipos de câncer no Brasil2. Só entre 2011 e 2020, a taxa de letalidade de câncer de pâncreas subiu 53,9%, passando de 7.7263 para 11.8932. Embora seja mais prevalente em homens, ele vem crescendo entre as mulheres, passando a figurar entre os 10 tipos de câncer mais comuns da população feminina das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
O fenômeno não ocorre apenas no Brasil. Um estudo estatístico4 publicado na revista da Associação Médica Americana projetou a incidência e a mortalidade por câncer nos Estados Unidos entre 2020 e 2040. A previsão é que, em 17 anos, o câncer pâncreas será o segundo mais letal, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. Entre as mulheres, o número de casos subirá 66% passando de 27 mil, em 2020, para 45 mil, em 2040. Neste mesmo período, o aumento da incidência entre os homens será de 65,5%, passando de 29 mil para 48 mil casos.
De origem multifatorial, o câncer de pâncreas está associado ao histórico familiar e fatores externos como obesidade, tabagismo, diabete e alcoolismo “O número de casos na população feminina está aumentando, porque as mulheres estão cada vez mais tendo um comportamento de risco para este tipo de câncer”, adverte a médica Mariana Bruno Siqueira, especializada em oncologia gástrica, da Oncologia D’Or.